SIM, VAI TER GOLPE! INFELIZMENTE...
Sinceramente,
eu tenho dúvidas se ainda é possível acreditar em alguma chance de não
acontecer o impedimento da presidenta Dilma. Não que eu não queira com todas
minhas forças que a ordem democrática e a escolha popular das urnas prevaleçam.
Só que, infelizmente, não acredito tanto mais nessa possibilidade (estou aberto
a injeções de ânimo e visões otimista). A questão nunca foi a democracia. Desde
o resultado da eleição (antes até) se elevou contra a Dilma e o PT discursos e práticas
que resultaram na negação da justiça, da constituição e das instituições democráticas.
Vemos
um STF acovardado, que impossibilita a posse de Lula como ministro, permite um
impeachment sem crime de responsabilidade, que deixa solto um cara como Eduardo
Cunha e arquivou qualquer denuncia contra o PSDB. Vemos um TSE que consegue
fazer um malabarismo impensável em que possa condenar unicamente a Dilma e
absolver seu vice da mesma chapa. Observamos atônitos uma prática judicial que
nega qualquer princípio de não culpabilidade sem investigação, em que uma
delação é elevada à qualidade de prova e que prende primeiro e antes de
qualquer investigação séria. Ou seja, a questão nunca foi a justiça.
Assim,
tendo a achar uma ingenuidade (uma posição que eu mesmo tive que me convencer)
de que se pode esperar uma decisão justa e democrática nesse caso. Acho vã
qualquer esperança de que o senado consiga barrar o impeachment ou o STF
intervenha em nome dos preceitos constitucionais. Muitos dos nossos políticos,
empresários, jornalistas e juristas querem uma democracia sem povo. Depois da
burlesca votação do impeachment na câmara fica difícil acreditar que o simples
respeito à constituição pode nos salvar.
Nesse
circo que se apresenta e no qual ao povo parecem relegar um papel secundário ou
de mero espectador, cabe unicamente à população a ocupação das ruas e do espaço
público e o virtual. Vai ter golpe, sim, infelizmente. Gostaria de estar
errado! Mas, não vejo muitas formas de se evitar isso que não seja a
mobilização constante de quem nunca saiu das ruas ou o crescimento e divulgação
da opinião pública internacional contra o golpismo.
Ocupar
as ruas é importante para não deixar o golpe prosseguir. O impeachment da Dilma
é só o primeiro passo. Se os golpistas não se contentarem com uma cabeça
oferecida à multidão, vão continuar no complô jurídico-midiático para acabar
com o PT e qualquer chance do Lula voltar em 2018. Mas uma coisa é certa, com o
golpe se efetivando a esquerda será fortalecida para as eleições municipais.
Isso se aprender duas lições importantes: apesar das diferenças os partidos de
esquerda devem se unir e, principalmente, nunca mais se envolver com partidos
como PMDB, PP etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário